sábado, 25 de julho de 2009

Desabafo....

As vezes ficamos tempos e tempos sem um pouco de nós mesmos, por um segundo que seja. Mudamos todos os dias e esquecemos de observar nossas mudanças e quando menos esperamos já não nos conhecemos mais. São atitudes inusitadas, inesperadas, supreendentes. Muitas vezes inconsequentes.

A idade é uma dádiva de amor e dor, que nos torna mais humanos, mais desastrados e desencontrados! É incrível, mas é isso mesmo: desastrados-desencontrados. Na infância somos desastrados por natureza, sem muita noção de consequencias, na adolescencia somos inconsequentes simplesmente por saber o que pode acontecer e, na idade adulta, voltamos a deixar a natureza que há em cada um de nós aflorar, voltamos a ser crianças imaturas, mandonas, egoístas e cheias de razão. Já não sabemos mais pedir desculpas porque estamos sempre certos. A criança está sempre certa por inocência o adulto re-infantilizado está sempre certo por medo. Medo de estar errado, de amar, de não ser correspondido ou de não superar suas expectativas. Abadonamos velhos hábitos adultos de compreensão pela comodidade de sermos compreendidos. Nossos pais são mais crianças ainda que nós e conforme envelhecem, precisam mais de amor, mas como uma replica infantulóide achamos que eles é que tem que nos amar, ora bolas. E é replica porque a criança ama naturalmente de volta, o adulto? Se obriga a não demonstrar esse amor.

O mundo é cruel, o desamor é difundido pelo vento e chega a todos os continentes, dominando a mente humana e nos enchendo de individualismo barato e fajuto! É uma individualidade tão frágil, provoca medo e inconstância. Imediatamente buscamos válvulas de escape, para não pensarmos muito e nos enfiamos num aglomerado de individualidades fragilizadas pelo tempo, pelos tempos... Crises de confiança embalam os novos relacionamentos, as pessoas se aglomeram para juntar o individual, não para misturar-se. Escolhemos ficar mais calados, observar mais as pessoas recém conhecidas e despejamos o excesso nas pobres "pessoas intimas", submetendo-as a julgos presunçosos por não conseguirem ler o que somos ou queremos. Desejamos verdadeiros cartomantes para o que sentimos, pensamos e queremos.

Um comentário:

hakagura disse...

Vir o meu blog pelo facebook,e esse texto é único.